Eu gosto de publicar esses pequenos textinhos (que podem parecer tratados), porque eles são mais fáceis de escrever e neles eu me dou a liberdade de filosofar. Uma coisa me chamou a atenção essa semana: eu gosto de ficar usando vocabulário rebuscado, desatualizado e anacrônico. Maldita mania de pedantismo que eu tenho, da qual eu tento me dissociar, mas não consigo.
Gostar, gosto e essas coisas me lembram estética. Tudo isso é arbitrário, é impressionante. Isso me lembra o texto do Ezra Pound que eu li para a pesquisa em versificação. Ele também é arbitrário, porque ele prega o seu gosto e o que, em sua visão, é boa estética. Acontece que ele aplica isso de uma forma coerente e boa, trazendo reflexões que podem vir a ser muito interessantes para um leitor e pretenso poeta (como eu).
Lendo esse texto, pude ver com claridade alguns pontos em que eu tenho errado na hora de criar poesia. Eu faço imagens fortes, efeitos, trabalhos com o verso, mas tudo isso, tudo de bom que eu posso produzir, fica em minha cabeça. Eu demoro demais a passar as coisas para o papel, isso me prejudica muito e, na hora de escrever, eu acabo por aplicar formas acadêmicas, pedantes e velhas, numa simples reprodução barata das coisas que me inspiraram e que eu acho que podem parecer mais bonitas as olhos dos outros. Faço isso por achar que tornar meu texto mais “enxuto” e “trabalhado” vai ser mais bem visto pelas pessoas aptas a julgar e acabo, com isso, matando a força vital dos meus versos.

É difícil, sim, é. Mas por quê? Porque eu não tenho praticado tanto quanto gostaria. Meu trabalho criador tem-se resumido a algumas poucas horas em que me “deixo” brincar de poesia. Falta-me a aplicação da vontade criadora em sua essência. Ora, ninguém pode ser bom sem prática. Agradeço ao Ezra Pound por ter-me mostrado alguns pontos cruciais de minhas falhas (como esse). Agradeço também a meu professor de literatura e de versificação que me apresentou a Pound. Também afirmo que eu não quero ser um fascista como ele (Pound), mas o que ele fala sobre poesia é validíssimo.

No mais, eu me deixo deixar algumas coisas de lado um pouco. Quem sabe “me libertando” de novo eu possa dar mais vazão às imagens que eu formo mentalmente.

Au revoir.